1 de Junho, 3ª feira
O dia foi dominado pelo almoço na Embaixada de Portugal, situada numa zona destinada às representações diplomáticas dos vários países, bem delimitada e com serviços de apoio relativamente fáceis de obter.
Nem o nosso embaraçante atraso impediu de sermos recebidos com extrema gentileza e simpatia pelo Exmo Sr. Embaixador José Tadeu Soares, a dar os primeiros passos neste cargo na China, bem como pelo Primeiro Secretário, Dr. António Gaivão. Uma foto de despedida, já com o nº 2 da diplomacia portuguesa local, Dr. Paulo Nascimento, no portão principal do edifício, guardado pelo impecável guarda vermelho, marcou o início da nossa visita a Pequim/Beijing.
Se no Estádio Olímpico “ninho de pássaro” o acesso foi fácil, na Praça de Tian´an Men, carregada de simbolismo na história passada e recente da China, os pressurosos militares impediram a paragem das viaturas, mesmo se inventámos uma suposta avaria, de capot aberto e tudo.
Conduzir na cidade que Kublai Khan, filho de Gengis, transformou em capital no séc. XIII, é um exercício inebriante para os sentidos, onde largas e modernas avenidas, com novos e velhos edifícios misturados, carregam um parque automóvel novo, mas que à hora de ponta deixa ver ainda uma multidão de bicicletas e ciclomotores, imagem cada vez mais de antanho.
Uma chuva absolutamente diluviana complicou ainda mais o trânsito ao cair da noite e ficámos a saber que cada chinês deve mesmo trazer consigo um guarda-chuva escondido, tal a rapidez com que tal utensílio foi empunhado assim que a bátega de água se iniciou.
Se no metro, moderníssimo e limpo, não chove, há uma autêntica “chuva” de cartazes publicitários do nosso Cristiano Ronaldo, que literalmente forram os túneis de acesso em qualquer estação onde estivémos.
Se bem que o motor de arranque avariado já estivesse operacional, depois de uma intervenção de manutenção num curioso “supermercado” de pequenas oficinas a céu aberto, onde fomos ainda e sempre, motivo de curiosidade por parte dos chineses, optámos por um longo passeio a pé no centro de Pequim, já noite dentro. Definitivamente, esta é já uma cidade do mundo, não apenas a capital do Império do Meio.