29 de Maio, sábado
Pela primeira vez fomos hoje controlados pela polícia rodoviária chinesa, sem qualquer problema.
Apesar da imagem comumente associada à Muralha da China ser bem diferente (grandes blocos de pedra serpenteando os cumes das montanhas), face aos milhares de Km de extensão, é possível observar pequenos troços desta extraordinária estrutura em várias zonas do país, mesmo que se tratem apenas de ruínas em adobe, o material de construção disponível localmente.
Os campos divididos em pequenas parcelas, com camponeses agachados, protegendo-se do sol com os seus chapéus de palha característicos, alguns deles tendo ainda por indumentária os clássicos blusões e boinas azuis, é cada vez mais uma constante nesta zona da China.
Passamos ao largo de Lanzhou, capital da província de Gansu, onde o rio Amarelo (Huang He) se cruza connosco numa primeira vez.
As estruturas mais marcantes e frequentes nesta parte do nosso trajecto são as estufas cobertas com telhados de colmo, enrolados como um tapete, e dentro dos quais os camponeses guardam e secam as suas colheitas, e onde cultivam diferentes produtos, particularmente no inverno, quando as condições climatéricas exteriores são adversas.
As fábricas de tijolos de adobe, de aspecto artesanal, com as bocas dos seus fornos regularmente dispostas, são outra imagem comum.
Mantêm-se os sinais do esforço chinês na construção/reconstrução da rede rodoviária, como foi o caso de uma estrada correndo por entre pequenas montanhas de aspecto terroso, semeadas de pequenas cavernas nas suas encostas, que mais não são do que túmulos, segundo uma tradição desta zona.
O dia acabou, após uma incursão numa pequena cidade super-poluída, com um bacalhau na brasa bem regado com azeite. Não por pirraça, aproveitámos para dar noticias via telemóvel a alguns amigos, companheiros de outras viagens, que ficaram em Portugal.